Ovos, Açúcar, Amêndoas e Canela
Sempre que falo dos doces portugueses, fica difícil explicar a diferença entre eles para quem não conhece, Pastel de Sta. Clara: doce de ovo, acúçar, canela e amêndoas torradas; Toucinho do Céu, gemas, açúcar, amêndoas e canela; Brisa do Lis, feito à base de ovos, açúcar e amêndoas; Pastel de nata, Travesseiro de Sintra, Torta de Azeitão, Papo de Anjo, e tantos tantos outros...
Mas é tudo igual? Não. Na verdade são todos bem diferentes, quer em sabor, quer em textura, em aspeto... Cada um tem a sua história, tem a sua representação na doçaria portuguesa.
Em outros posts irei falar nas várias histórias dos vários doces, mas para já vamos entender o porquê dos Ovos, Açúcar, Amêndoas e Canela.
Nos tempos antigos, quer nos Mosteiros (monges), quer nos Conventos (freiras), as claras dos ovos eram utilizadas em grande abundância para engomar as suas vestes, para a confeção das Hostias, e para clarificar o vinho, com estes usos, sobravam as gemas, e assim para não haver desperdício de produto começaram a fazer doces, aproveitando também para aumentar as suas fontes de rendimento.
Com as colonizações portuguesas chegaram ao país vários ingredientes diferentes e exóticos que enriqueceram a doçaria, a canela vinda do Sri Lanka, a amêndoa vinda de África e o açúcar da Índia e posteriormente da ilha da Madeira.
Juntou-se a habilidade e carinho pela gastronomia, com a necessidade de subsistencia, enriquecido com os novos ingredientes e surgiu um tipo de doçaria que representa hoje Portugal, a Doçaria Conventual.
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